É importante observar que, uma vez aprovados estes benefícios para a Magistratura, eles quase automáticamente passam a valer também para o Ministério Público e para os Tribunais de Conta...
Entrevistado pela jornalista brasileira Claudia Wallin, o juiz Göran Lambertz, da Suprema Corte Sueca, assim se manifestou a respeito:
“Em minha opinião, é absolutamente inacreditável que juízes tenham o descaramento e a audácia de serem tão egocêntricos e egoístas a ponto de buscar benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-escola para seus filhos. Nunca ouvi falar de nenhum outro país onde juízes tenham feito uso de sua posição a este nível para beneficiar a si próprios e enriquecer.”
Outro entrevistado, o juiz Carsten Helland, assim se pronunciou:
“Juízes não podem agir em nome dos próprios interesses, particularmente em tamanho grau, com tal ganância e egoísmo, e esperar que os cidadãos obedeçam à lei.”
Outro comentário do mesmo juiz:
“Mas é simplesmente impossível que a aprovação de benefícios como auxílio-alimentação ou auxílio-moradia para magistrados aconteça por aqui.”
Perguntado por que, eis a resposta:
“Porque não temos esse tipo de sistema imoral. Temos um sistema democrático, que regulamenta o nível salarial da categoria dos magistrados, assim como dos políticos. E temos uma opinião pública que não aceitaria atos imorais como a concessão de benefícios para alimentar os juízes às custas do dinheiro público. Os juízes suecos não podem, portanto, sequer pensar em fazer coisas desse gênero.”
Se você tiver interesse em ler a matéria completa, visite esta página: http://www.claudiawallin.com.br/2015/06/13/o-que-juizes-suecos-acham-das-mordomias-que-seus-colegas-no-brasil-se-autoconcedem/
A imoralidade disso tudo se tornou mais evidente quando um grupo de jornalistas do jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, passou a ser alvo de mais de 30 processos por "danos morais", por parte de juízes e promotores do Paraná. (Veja a matéria aqui.)
O motivo dos processos? Suas Excelências experimentaram "dissabor e constrangimento" pela publicação da verdade: seus ganhos reais, incluindo os benefícios, ultrapassam, de longe, o teto constitucional de R$ 39.000,00.
Minha opinião, e acredito que a da maioria da população, é a seguinte: estes auxílios e benefícios podem até não ser ilegais, mas com certeza são imorais, diante da realidade brasileira.
E, também na minha opinião, ESTÁ MAIS DO QUE NA HORA DE ACABAR COM ISSO!
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