A relação incestuosa entre os poderes político e econômico e a imprensa não começou hoje, ela existe há muito tempo. Normalmente esta relação leva à manipulação, omissão e adulteração da informação, em detrimento do público, mas em benefício destes poderes. Qual meio de comunicação veicula matéria negativa a respeito de um anunciante, seja ele público ou privado? Qual meio de comunicação publica matéria que desabone o governante ou político que lhe é simpático ou que o favoreceu em alguma ocasião?
No Brasil, há algum tempo, e particularmente nos últimos dois anos, estamos assistindo a uma demonstração viva da atuação dirigida, parcial, manipulante, da grande maioria dos meios de comunicação, sejam eles escritos, falados ou televisionados.
Ao longo dos últimos dois anos, temos sido bombardeados diáriamente com menções à "crise econômica", às "operações da lava-jato", à "corrupção", esta última atribuída com exclusividade a um partido político, quando os fatos mostram que há corrupção em todos eles.
Estranhamente, logo após o afastamento da Presidente da República e a instalação de um presidente interino, a "crise", embora continue firme e forte, desapareceu das manchetes e do noticiário...
Exemplos de manipulação não faltam, desde as tarjas pretas aplicadas a documentos que mencionam nomes de políticos "queridinhos", até a completa omissão de seus nomes e das denúncias que os atingem.
Acrescente-se a isso, a produção de "reportagens de capa" despidas de qualquer vestígio de jornalismo sério, baseadas quase sempre em suposições, ilações, diz-que-diz, quando não em mentiras e calúnias.
Uma certa revista semanal chegou ao cúmulo de adulterar um documento oficial, para utilizá-lo como prova de "fatos" citados numa reportagem...
Embora não concorde com certas posições de Olavo de Carvalho, tomo a liberdade de reproduzir excerto de um artigo publicado em O Globo, em 15 de julho de 2000, que me parece uma explicação muito racional para isto tudo:
“ Ninguém, hoje em dia, pode se dizer um cidadão livre e responsável, apto a votar e a discutir como gente grande, se não está informado das técnicas de manipulação da linguagem e da consciência, que certas forças políticas usam para ludibriá-lo, numa agressão mortal à democracia e à liberdade.
Essas técnicas são de emprego maciço, constante e pertinaz nos meios de comunicação e nas escolas. Apesar de sua imensa variedade, todas têm por princípio básico a distração induzida, o bloqueio sutil do julgamento consciente. Opiniões que, expostas com nitidez, suscitariam a mais obstinada oposição, são fácilmente aceitas quando apresentadas de maneira implícita e envoltas numa névoa de desatenção. Há publicações inteiras, programas de TV inteiros, livros didáticos inteiros que são, de ponta a ponta, desatenção planejada."
É atribuída ao Ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, a frase "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade." Ao que tudo indica, é o que vem acontecendo no Brasil mais recentemente.
Mais assustadora é a afirmação de Joseph Pulitzer, jornalista americano:
" Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma."
Aqui e agora, conclamo você a reagir a isto: não acredite piamente em tudo que assiste, ouve e lê; procure se informar, buscando outras fontes e opiniões; e, principalmente, pense, raciocine.
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