quinta-feira, 14 de julho de 2016

Dois pedalinhos são manchete, QUATRO BILHÕES não

Finalmente, após anos de procrastinação, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) decidiu contra o Grupo Gerdau em quatro recursos que envolviam autuações fiscais da empresa.

Vale ressaltar que o resultado apertado da votação foi definido pelo "voto de qualidade" do presidente do Carf, Carlos Alberto Barreto. Esse Carf...

Pela decisão, a Gerdau deve devolver aos cofres públicos em torno de 4 BILHÕES de Reais referente a impostos sonegados em operações de aquisição entre empresas do grupo (operação conhecida como ágio interno).

O acontecimento em si, que envolve sonegação de QUATRO BILHÕES de Reais, deveria ser matéria de reportagens, mas, para variar, a mídia "isenta" e "imparcial" do Brasil ignorou o assunto.




Enquanto dois pedalinhos daquele sítio mereceram reportagens de capa em revista, manchetes de primeira página em jornais e show pirotécnico no Jornal Nacional, QUATRO BILHÕES de sonegação passam em branco...

Aliás, a emissora do JN só recolheu impostos atrasados, no montante de mais de UM BILHÃO de Reais, em agosto de 2014, após aderir ao Refis, programa de recuperação fiscal do governo. (Mas o Imposto sobre serviços, sonegado com a "ajuda" da Máfia do ISS da Prefeitura de São Paulo, em 2011, esse já era...).

Tudo igual aos batedores de panela: corruptos são os outros, eu bato panelas e sou um santo...

sexta-feira, 8 de julho de 2016

FHC encara, pela primeira vez, uma imprensa imparcial...

Já reverberou por toda a internet e pelo mundo, a entrevista conduzida, ao vivo, pela TV Al Jazeera, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Entrevista em que, aliás,o ex-presidente deu sinais comprometedores de gagueira (ou de alzheimer), quando colocado diante de perguntas que a imprensa vendida, parcial e manipulante do Brasil jamais lhe fez ou faria.

Como sempre, nenhum registro do fato por parte da mesma imprensa ou dos adoradores-da-besta das redes sociais. Para alguns retardados mentais, a Al Jazeera só pode ser do PT...

Apenas para registro e para impedir que, amanhã, eventuais mecanismos de censura acionados por quem não suporta a verdade, tentem esconder o fato dos brasileiros, reproduzo abaixo o vídeo.





Nota de esclarecimento para os SUPER IDIOTAS: Quando, recentemente, numa rede social, me referi à corrupção existente no PSDB, PMDB, e outros partidos, me questionaram: "Que vergonha, vocẽ está defendendo o PT!"

Pois bem. Não consigo entender a lógica da afirmação, até porque mostrar que há corrupção em TODOS OS PARTIDOS não indica se posicionar em defesa de ninguém.

Por isso, não acredito em "movimentos anti corrupção" que tem o "Fora PT! Fora Dilma!" como lema. Se fôssem honestos, bem intencionados, não manipulados, o lema deveria ser "Fora TODOS OS CORRUPTOS, do PT, do PMDB, do PSDB, do PP, etc, etc".

Mas, no fundo, estes movimentos são tão corruptos quanto os partidos e políticos que omitem de suas cruzadas anticorrupção (por quem, provávelmente, são financiados)...




quarta-feira, 6 de julho de 2016

A Melhor e Mais Promissora Profissão do Brasil

Em meio às denúncias de corrupção que aparecem por todos os cantos do país, uma coisa se destaca em especial: o surgimento da MELHOR PROFISSÃO DO BRASIL!

A melhor profissão do Brasil, nos dias de hoje, é a de DELATOR.

O sujeito consegue um emprego público, por eleição, por indicação, por apadrinhamento. Em seguida, o sujeito rouba, desvia, se apodera de quanto dinheiro público fôr possível, dentro de seu cargo ou função.

Se tiver sorte, jamais será descoberto e preso. Se der azar, é preso e convidado a delatar seus crimes e comparsas, mediante a contrapartida de redução na pena e outros benefícios como, por exemplo, prisão domiciliar. Neste caso, aquele criminoso que ainda não foi pego e tem a quem delatar, consegue, automáticamente, reduzir o risco de vir a ser punido. Isto é, na realidade, um incentivo para continuar cometendo seus crimes, ao invés de fazê-lo parar.




Conforme Helena Sthephanowitz, no pragmatismopolitico:

"Afinal, se não for pego fica com tudo o que roubou. Se for pego e ainda que perca parte do que amealhou em seus crimes, a pena pela sua condenação – reclusão domiciliar com tornozeleira eletrônica – é equiparável à aposentadoria em um “resort” de luxo. A delação tornou-se um “plano B” de aposentadoria para um criminoso do colarinho branco e sem escrúpulos.

A banalização das prisões preventivas com apelo midiático sacia a opinião pública de quem já tem escrúpulos, mas para mentes criminosas a alternativa da delação torna sua atividade de crimes menos arriscada e mais recompensadora. O resultado, no conjunto da obra, mais cedo ou mais tarde, será o aumento da corrupção, obviamente com métodos aperfeiçoados, diferentes dos já descobertos.
"

Vamos a alguns exemplos, descritos por Eliane Castanhêde, no Estadão:

"...apesar de condenado a 39 anos por peculato, corrupção ativa, violação de sigilo e formação de quadrilha, Cachoeira vai muito bem, obrigada, com mulher bonita e filha bebê – enquanto os não delatores, como José Dirceu, amargam a dura vida na cadeia. O que ainda falta para que esse contraventor pare de rir e pague pelos crimes que cometeu, comete e continuará cometendo?

A isso se some a boa vida dos ladrões de colarinho branco que entregam os comparsas. A delação premiada é um instrumento efetivo, reconhecido e essencial nas investigações, mas, com o número de delatores chegando perto de cem, o prêmio começa a parecer excessivo. Muito roubo para pouca pena. Como mostrou a revista IstoÉ desta semana, Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás (atenção: nem diretor era!), fez delação, comprometeu-se a devolver US$ 100 milhões (quase R$ 400 milhões) e, assim, livrou-se da cadeia e está recolhido ao aconchego do lar, uma bela mansão com piscina, na praia de Joatinga, com uma das vistas mais lindas do Rio.

E vai por aí afora. Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Fernando Baiano e, não tarda muito, também Sérgio Machado, roubaram, roubaram e roubaram dinheiro público, mas, como delataram os outros, são punidos com tornozeleiras e trocam celas inóspitas, macacões coloridos, banhos frios e rancho indigesto – destinados, por exemplo, a Roberto Jefferson – e vão lamentar a sorte em mansões de milhares de metros quadrados, quadras desportivas, piscinas espetaculares, vistas estonteantes. Vale a pena delatar! Vale a pena roubar?

Só falta agora o deputado afastado Eduardo Cunha delatar todo mundo, devolver um bocado de verdinhas das suas trustes na Suíça e aderir a uma tornozeleira eletrônica para curtir férias douradas num apartamento milionário, abastecido com os melhores uísques e os vinhos mais caros, com a mulher desfilando suas bolsas Prada do quarto para a sala e da sala para a cozinha. Pronto, Justiça feita!











Na realidade, o instituto da delação premiada, conduzido na Lava jato por um juiz burro do Paraná (e outros iguais a ele no Brasil), se transformou na saída perfeita para ladrões e criminosos de colarinho branco: continuam usufruindo de parte do roubo e vivendo vidas boas, felizes, luxuosas, com o beneplácito da "justiça"...

E há quem discorde quando afirmo que a justiça, no Brasil, é uma piada. Piada de mau gosto.