quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Também me sinto agredido, diminuido, desmoralizado

O Senador Renan Calheiros, com absoluta certeza, não pode me contar como membro de seu fã-clube, mas suas últimas manifestações a respeito do Judiciário foram de muita propriedade. Por que? Porque estamos vivendo um momento particularmente triste no Brasil em termos de justiça: vale tudo, em termos de procedimentos e decisões de determinados membros do Judiciário e NÃO SE ADMITE, em hipótese alguma, discussão ou contestação. São os deuses do Olimpo decidindo sobre a vida dos outros mortais...

A presidente do STF, Ministra Carmem Lúcia, se manifestou, como esperado, "não admitindo crítica", dizendo que "todas as vezes que um juiz é agredido, eu, e cada um de nós juízes é agredido”, e que "“Não é admissível aqui, fora dos autos, que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, onde um juiz for destratado, eu também sou. Qualquer um de nós juízes é."






Pois é, senhora Carmem Lúcia, vou lhe dizer hoje o que eu, como cidadão brasileiro, sinto.

Senhora Carmem Lúcia, eu me sinto agredido, diminuído, desmoralizado, quando vejo o verdadeiro assalto aos cofres públicos promovido pelo Judiciário, com seus salários milionários, seus "auxílios e benefícios" imorais, a nova Lei Orgânica da Magistratura que está sendo gestada no STF para oficializar a criação de uma casta privilegiada acima de tudo e de todos do povo brasileiro, que é quem paga a conta do Judiciário mais caro do mundo.

Senhora Carmem Lúcia, eu me sinto agredido, diminuído, desmoralizado, quando vejo juiz que deu uma "carteirada" em agente de trânsito no cumprimento de suas funções ser premiado com indenização por "danos morais".

Senhora Carmem Lúcia, eu me sinto agredido, diminuído, desmoralizado,  quando vejo juízes ingressar com ações judiciais contra jornalistas por terem dito a VERDADE (caso Gazeta do Povo).

Senhora Carmem Lúcia, eu me sinto agredido, diminuído, desmoralizado, quando vejo juiz federal desrespeitar a Constituição Federal e a lei penal, manter pessoas em cárcere sem justificativa legal, liberar gravações ilegais, virar garoto-propaganda de partido político, sem que NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, aconteça com ele.

Senhora Carmem Lúcia, eu me sinto agredido, diminuído, desmoralizado, quando verifico que a "punição máxima" para um juiz corrupto ou ladrão é aposentadoria compulsória, quando devia ser cadeia. Que Judiciário ou que justiça é essa que premia o bandido com aposentadoria compulsória e um belo salário mensal, bem diferente do salário dos milhões de trabalhadores brasileiros?

Senhora Carmem Lúcia, eu me sinto agredido, diminuído, desmoralizado, quando vejo que moral e ética são valores muito, muitíssimo relativos no âmbito do Judiciário.




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